Especial: O São José na temporada de 89 – Parte 6

Na Parte 6 do Especial Jogando Juntos, sobre a histórica e vitoriosa temporada do São José em 1989, o destaque foi uma troca de técnico que surpreendeu a muitos. Afinal, depois de 15 rodadas, o time joseense era o terceiro colocado da fase de classificação do Paulistão, atrás somente do líder Palmeiras e do vice-líder Corinthians.

Responsável pelo futebol do São José, o diretor Diede Lameiro justificou a troca dizendo que “o time, pela qualidade dos jogadores, era para estar na primeira colocação”. O dirigente acrescentou que considerava o técnico Waldemar Carabina “acomodado” com o que já vinha sendo alcançado.

Nos bastidores, Diede deixava transparecer que andava insatisfeito com o aproveitamento de dois reforços contratados para completarem o plano de um time ainda mais forte: o volante Delacir, vindo do Flamengo e o atacante Donizete, que mais tarde receberia o apelido de Pantera.

Para o lugar de Waldemar Carabina, Diede promoveu o ex-meio-campista Ademir Mello, o técnico da equipe de aspirantes. Em 89, todos os jogos tinham uma preliminar entre os dois times envolvidos. Valiam pelo paralelo Campeonato Paulista de Aspirantes.

Contra o líder

A estreia de Ademir Mello foi justamente contra o líder Palmeiras e fora de casa. No dia 3 de maio, uma quarta-feira, 21.726 pagantes estiveram no Pacaembu. Na preliminar, pelo Aspirantes, o São José venceu por 1 a 0. O gol surgiu aos 46 minutos do segundo tempo, quando o meio-campista Alemão fez excelente jogada e o centroavante Wilson Piracicaba chegou na frente do renomado zagueiro Dario Pereyra para finalizar.

Como a maioria dos jogadores joseenses já havia trabalhado com o técnico palmeirense Emerson Leão, que dirigiu o São José no Paulistão 88, a partida foi acirrada e com raras oportunidades de gol.

Aos 22 minutos do segundo tempo, em um passe aprofundado pela meia direita, o atacante Careca Bianchesi surgiu livre na área joseense e caiu quando o goleiro Luiz Henrique saiu para uma dividida.

O árbitro Luís Carlos Antunes, que tinha como assistentes Francisco Fernandes e Carlos Bruno Schiller, marcou pênalti e durante quase dois minutos ficou cercado e ouvindo protestos dos joseenses. Aos 24, na cobrança, o atacante Gaúcho deslocou o goleiro e fez o gol que definiu o resultado.

O São José, que aos 44 teve o lateral-esquerdo João Luiz expulso por desrespeito ao árbitro, jogou com: Luiz Henrique; Marquinhos Capixaba, Juninho, André Luís e João Luiz; Fabiano, Henrique (Donizete) e Vander Luiz; Tonho, Toni e Marcinho. Permaneceram no banco: Pedro Paulo, Marcelo, Bira e Tita.

O Palmeiras: Velloso; Edson Boaro, Toninho Cecílio, Nenê e Abelardo; Lino, Gerson Caçapa e Edu Manga; Careca Bianchesi, Gaúcho (André) e Neto (Bandeira).

Reabilitação

Para continuar na terceira colocação, o São José precisava da vitória na partida seguinte e conseguiu a reabilitação. No dia 6 de maio, um sábado, foi visitar o Juventus pela 17ª rodada e venceu por 2 a 1.

Com apenas 982 torcedores pagantes do estádio da Rua Javari, o São José jogou com personalidade e marcou 1 a 0 com o artilheiro Toni, aos 21 minutos. No segundo tempo, ampliou com Vander Luiz, aos 9. Depois, ao levar um gol do zagueiro Carlinhos, aos 30, teve competência para conter a pressão juventina.

O time joseense, do técnico Ademir Mello, jogou com: Luiz Henrique; Marquinhos Capixaba, Juninho, André Luís e Joãozinho; Fabiano, Tita e Vander Luiz; Donizete, Toni e Marcinho (Serginho).

O Juventus, do técnico Deodoro: Cossa; Jairo, Carlinhos, Índio e Denilson; Sérgio, Betinho e Luís Antônio (Carlos Alberto); Claudinho, Marquinhos e Silva (Ricardo Vieira).

O árbitro foi Oscar Roberto Godoy, com os assistentes Atílio Guedes Campos Júnior e Francisco Feitosa Benedito.

Grande jogo

Pela 18ª rodada, no dia 14 de junho, um domingo, o São José teve uma das suas grandes atuações no campeonato. Recebendo o também ousado Bragantino, contou com o apoio de 7.404 pagantes para mais uma vitória por 1 a 0.

O gol que decidiu a partida surgiu em uma arrojada ação ofensiva, aos 13 minutos do segundo tempo. Na área, Donizete percebeu que seria bloqueado no chute por um zagueiro e passou na medida para o artilheiro Toni finalizar.

O São José, na primeira partida em casa com o técnico Ademir Mello: Luiz Henrique; Marquinhos Capixaba, Juninho, André Luís e Joãozinho; Fabiano, Tonho (Henrique) e Vander Luiz; Donizete, Toni e Marcinho. Permaneceram no banco: Pedro Paulo, Bira, Delacir e Tita.

O Bragantino, do técnico Vanderlei Luxemburgo: Paulo César; Gil Baiano, Nei Pandolfo, Jandilson e Biro Biro; Souza (Galo), Ivair e Gatãozinho (Claudinho Gaúcho); Valmir, Zé Rubens e Luís Muller.

O árbitro foi Nilton Carlos Busnello, com os assistentes Jorge Luís Capoccia e José Aparecido Pereira.

Mais adiante, na Parte 7, voltaremos com os três últimos jogos do São José pela fase de classificação. Até lá.

Na foto (de Acervo do Museu do Esporte/SJC), Tita, Toni e Vander Luiz.

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