Especial: O São José na temporada de 89 – Parte 1

A necessária paralisação de combate ao coronavírus deixa um vazio no noticiário esportivo, principalmente do Jogando Juntos, que acompanha a participação dos times e atletas da região em competições. Por isso, de vez em quando, contaremos histórias. Esperamos que aprovem a iniciativa.

Para tema inicial, escolhemos o São José Esporte Clube de 1989. Como a torcida não vê o time desde o ano passado e agora não sabe quando será o reencontro, destacaremos a temporada que foi a mais vitoriosa de todas.

No primeiro semestre, o São José alcançou as finais do Paulistão e perdeu o título com um gol contra nas duas partidas disputadas na casa do adversário. Depois, excursionou pelo interior da Espanha e voltou invicto. Entrou na Copa do Brasil que na época abria vagas somente para o campeão e o vice dos principais estaduais. Finalizando, foi vice-campeão brasileiro da Série B e com acesso ao Brasileirão 90.

Começo complicado

O São José partiu para a temporada 89 depois de dois anos bem disputados. Em 87, conquistou o segundo acesso à principal divisão paulista em um longo campeonato. Depois, no primeiro semestre de 88, saiu do Paulistão com a quarta melhor campanha, perdendo a terceira para o São Paulo nos critérios de desempate.

Com o experiente técnico João Francisco, que desejava abrir espaço no futebol paulista, o São José entrou um 89 com alguns jogadores de 88: Rafael, Marcelo, Eugênio, André Luís, Joãozinho, Tonho, Tita, Henrique, Bira, Serginho e Paulinho. Entre os que chegaram, destaque para Vander Luiz e Juninho Fonseca, os mais conhecidos. Outros foram crescendo durante a competição, como o artilheiro Toni.

Na tarde de domingo do dia 19 de fevereiro e com 5.488 torcedores pagantes no estádio Martins Pereira, o São José estreou recebendo a Internacional de Limeira. O time atuou com: Rafael; Marquinhos Capixaba, Juninho, André Luís e Joãozinho; Fabiano, Vander Luiz e Tita (Serginho); Amarildo, Toni e Marcinho. Nos outros quatro lugares do banco de reservas, permaneceram: Paulinho, Eugênio, Henrique e Tonho.

A Inter, que teve o técnico Pepe utilizando as duas substituições permitidas, formou com: Silas; Valdeni, Edvaldo, Alves e Pecos; Manguinha, Claudinei e Machado; Silvinho (Gustavo), Gilcimar e Paulo Mattos (Gil).

No primeiro tempo, o rendimento do São José não agradava e quando parecia que o 0 a 0 daria a chance de correções com uma boa conversa no intervalo, a Inter abriu o placar, aos 45 minutos, marcando Machado.

Com o árbitro José Renato de Oliveira Fidalgo e os bandeirinhas Antonio Rodrigues Barbosa e Sebastião Soledade, o segundo tempo começou e o São José nem teve chances de apresentar o seu plano de reação. Aos 6 minutos, o zagueiro Edvaldo fez 2 a 0 e depois, aos 27, o atacante Silvinho aproveitou o desespero joseense para marcar o terceiro.

O placar de 3 a 0 e a fraca atuação levou o diretor de futebol Diede Lameiro a uma providência drástica, trocando o técnico João Francisco por Waldemar Carabina. O presidente Pedro Yves concordou com a mudança, argumentando que a qualidade dos jogadores era para uma campanha bem melhor.

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Nova derrota

No domingo seguinte, dia 26 e pela segunda rodada, o São José foi a Araraquara, em busca  de reabilitação. Nas antigas instalações do estádio da Fonte Luminosa, encontrou uma Ferroviária animada pela estreia com empate fora de casa, por 1 a 1, em visita ao Santo André. Nas arquibancadas, 2.023 torcedores pagantes.

Na escalação do São José, o lateral-direito Marcelo começou no lugar de Marquinhos Capixaba e o meio-campista Henrique no de Tita. Depois, durante a partida, o zagueiro Eugênio substituiu Juninho e Tita reapareceu na vaga deixada para Henrique. O goleiro Luiz Henrique, o meio-campista Tonho e o atacante Mané permaneceram no banco.

A Ferroviária, do técnico Laone Luiz Luz, formou com: Narciso; Walaci, Caíco (Edvaldo), Jorge Lima e Julimar; Helinho, Betão e Donato; Toquinho, Valdo e Meinha (Sidney). A arbitragem teve João Massoneto no apito e os assistentes Francisco Feitosa Benedito e Eduardo Biolo.

No campo, a Ferroviária começou pressionando e com quatro minutos o zagueiro Jorge Lima abriu o placar. O São José, reagindo e crescendo aos poucos, empatou ainda no primeiro tempo, aos 46, com Vander Luiz. No entanto, na volta do intervalo, aos 8, Betão recolocou o time da casa em vantagem e os visitantes não conseguiram uma nova igualdade.

Acumulando duas derrotas, o São José foi pressionado para o terceiro jogo, o segundo em casa. Foi quando uma vitória abriu o caminho para uma sequência de outras e o time deslanchou. Seguiremos com a história na próxima matéria.

Na foto (do acervo do Museu do Esporte de São José), o time que estreou contra a Inter: Joãozinho, Marquinhos Capixaba, Juninho, Rafael, André Luís, Fabiano e o massagista Osmar dos Santos; Amarildo, Tita, Toni, Vander Luiz e Marcinho.

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